Transporte Pneumático Fase Diluída – como melhorar a sua operação
O transporte pneumático de fase diluída apresenta algumas diferenças em relação ao transporte pneumático de fase densa. A principal delas é o uso de grandes quantidades de ar para movimentação dos produtos através das tubulações.
Para melhorar a produtividade na indústria, é preciso entender bem toda a operação. E para melhorar a eficiência do transporte pneumático não seria diferente: é necessário conhecer a fundo o funcionamento dos equipamentos. Quer saber como melhorar o desempenho do transporte pneumático de fase diluída? Continue lendo.
Transporte pneumático de fase diluída X fase densa
O termo transporte pneumático refere-se à movimentação de materiais sólidos por meio de sua mistura com algum gás, tipicamente o ar. Assim, para que a movimentação ocorra, é preciso haver um fluxo constante e controlável de ar. Com isso, forma-se um fluxo contínuo no interior de um ambiente fechado, que são as tubulações.
Por outro lado, nem todos os sólidos têm propriedades físicas e químicas iguais, e é por isso que existe o sistema de fase densa e o de fase diluída. O primeiro é geralmente utilizado para deslocar produtos de média a alta densidade, sensíveis ao calor, produtos muito frágeis, produtos já misturados ou semiabrasivos. Esse é o caso, por exemplo, do açúcar, seja ele cristal, refinado ou em pó; dos amidos, do cacau em pó e das farinhas.
Por sua vez, o transporte pneumático de fase diluída é mais utilizado para movimentar materiais não muito frágeis, granulares ou cristalinos, já que utiliza um grande volume de ar a velocidades mais altas para mover quantidades relativamente pequenas de material sólido.
Em ambos os casos, as principais vantagens do sistema de transporte pneumático são:
- Minimização de perda de produto ao longo da linha de produção
- Redução do custo de transporte comparado com outros sistemas
- Layout de instalação compacto, pois os tubos podem ser instalados no teto das fabricas
Similarmente, dependendo das características do material, pode haver mais de uma forma de transporte pneumático. Em outras palavras, a melhoria na operação do transporte pneumático pode ser obtida pela combinação entre os diferentes métodos de transporte.
O transporte pneumático é um dos mais confiáveis e eficientes métodos para deslocamento e manipulação de diversos tipos de sólidos a granel secos. A propósito, o sistema de fase diluída pode ser principalmente de três tipos: a vácuo, sob pressão positiva e vácuo-pressão positiva.
Melhorando a operação do transporte pneumático de fase diluída
Para trazer melhorias ao transporte pneumático de fase diluída, deve-se levar em consideração, pelo menos, as seguintes variáveis:
- Comprimentos verticais e horizontais da tubulação, bem como tipos e quantidades de curvas e válvulas
- Material e rugosidade dos tubos que compõem o sistema de transporte pneumático
- Método de carregamento do sistema de transporte pneumático
- Características intrínsecas do material a ser transportado
- Temperatura do ambiente e do material
- Velocidade do ar no sistema
- Pressão do ar no sistema
- Volume de ar no sistema
- Capacidade
- Altitude do local
Assim, para trazer melhorias à operação de transporte pneumático, é necessário conhecer bem os equipamentos e saber como regulá-los adequadamente. A seguir, veja alguns dos principais pontos de avaliação para você diagnosticar como está a eficiência do seu processo.
Conexões e válvulas rotativas
Os vazamentos são a principal fonte de desperdício de energia em um sistema de transporte pneumático. Para verificar a presença de escapes em conexões, sejam elas flangeadas ou rosqueadas, utilize a velha e simples técnica da água e sabão: com um borrifador, aplique um jato de solução de água e sabão sobre as conexões. Caso haja formação de bolhas, há vazamentos que devem ser consertados.
Outro local onde costuma haver escapes é nas válvulas rotativas, que podem ficar muito folgadas, causando perda de material ao passar através delas. Por fim, verifique a presença de vazamentos em válvulas de desvio.
Verifique todas as curvas para assegurar que os pontos de transição não estejam muito apertados.
Alimentadores
Para melhorar a operação, procure planejar o uso dos alimentadores. É possível, por exemplo, isolar outros alimentadores que não estejam sendo utilizados, no caso de um sistema de múltiplos pontos de coleta. Assim, você evitará perda de ar e energia.
Filtros
Filtros entupidos ou sujos demandam maior potência para transportar o material, reduzindo a eficiência da operação. Inspecione as mangas ou cartuchos plissados e recipientes dos filtros para averiguar se há rasgos ou sujeira acumulada e verifique se existem vazamentos de ar nas caixas de filtro.
Por fim, verifique o temporizador do solenoide e a válvula solenoide para garantir que os cronogramas de limpeza foram executados corretamente. Desse modo, você minimizará o desperdício de potência.
Tubulações
Assegure-se de que não há acúmulo de materiais no interior das tubulações, pois isso reduz a área de fluxo e aumenta a pressão no interior do sistema, o que reduz sua eficiência.
Isso é especialmente importante no caso de materiais que possam formar o chamado “cabelo de anjo”: uma coleção de partículas muito finas que se formam como resultado do calor friccional originado de um breve contato com superfícies internas lisas.
A principal maneira de evitar a formação de cabelos de anjo, portanto, é controlar a temperatura e a velocidade de deslocamento: menores velocidades de transferência e temperaturas mais baixas minimizam a ocorrência desse acúmulo de partículas. Além disso, deve-se fazer a escolha de tubulações adequadas, bem como utilizar curvas e conexões especializados.
Não se esqueça também de verificar a proporção de sólidos (m³ de material em m³ de ar) para otimizar a taxa de transporte no sistema pneumático.
É recomendável, inclusive, solicitar que seja feita revisão periódica do sistema, realizada por profissional qualificado, geralmente, um engenheiro de transporte. Peça para o profissional avaliar também a densidade do material, o comprimento do tubo e o número de curvas para assegurar que os cálculos sejam realizados corretamente.
Em resumo, para melhorar a operação do transporte pneumático você deve conhecer bem seus equipamentos e realizar ajustes conforme o material a ser transportado.
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Boa tarde.
Há alguma maneira prática de se calcular a velocidade dentro de uma tubulação de transporte pneumático que transporta calcário tendo o diâmetro interno (125mm) e uma produção desejada de 21t/h?
O percentual granulométrico fino do calcário, misturado a boa quantidade de particulados de até 50mm a meu ver deveria ser evitado. Imagino que deveria ser observado uma certa regularidade de granulometria.É correto esse raciocínio?
Obrigado por uma orientação.
William